New Criticism ou Nova Crítica
O New Criticism, ou "Nova Crítica", foi um movimento literário que dominou a academia nos Estados Unidos, principalmente entre as décadas de 1940 e 1960. Pense nele como o primo americano do Formalismo Russo, com uma filosofia semelhante: o texto é a coisa mais importante. Se você quisesse entender um poema, um conto ou uma novela, a Nova Crítica te diria para ignorar a biografia do autor, o contexto histórico em que a obra foi escrita e até mesmo a intenção do escritor. A ideia era tratar a obra literária como um objeto autônomo, um artefato por si só, que só poderia ser entendido a partir de seus próprios elementos internos.
Essa abordagem se desenvolveu em torno de conceitos-chave. A principal ideia era o close reading, ou "leitura atenta". Os críticos formalistas se dedicavam a uma análise minuciosa do texto, examinando cada palavra, cada metáfora, a estrutura e a sonoridade da obra. Eles buscavam identificar como todos esses elementos trabalhavam juntos para criar o significado. Para eles, o significado não era algo que o autor colocava no texto, mas sim algo que emergia da interação complexa de suas partes. A Nova Crítica também criou termos como a "falácia intencional" e a "falácia afetiva". A primeira é a ideia de que a intenção do autor é irrelevante para a interpretação do texto. A segunda, que a resposta emocional do leitor não deve ser o critério para avaliar a obra.
Nomes como T.S. Eliot e I.A. Richards, embora não fossem formalmente New Critics, criaram as bases teóricas que o movimento usou. Mas os verdadeiros ícones da Nova Crítica foram figuras como John Crowe Ransom, que cunhou o termo, Cleanth Brooks e William Wimsatt. Brooks, em particular, foi uma figura central, com sua obra The Well Wrought Urn, que se tornou um manual para a prática da Nova Crítica, com análises detalhadas de poemas que se tornaram modelos de como o close reading deveria ser feito. Eles foram os grandes responsáveis por institucionalizar esse método nas universidades.
Apesar do New Criticism ter perdido sua hegemonia a partir da década de 1970, com o surgimento de novas teorias como o Pós-Estruturalismo e o Marxismo, sua influência continua enorme. Na academia hoje, a maioria dos estudantes de literatura ainda aprende a fazer close reading. A atenção rigorosa à linguagem, à estrutura e aos detalhes do texto, que é a base da Nova Crítica, é uma habilidade fundamental para qualquer análise literária. Mesmo que as teorias mais modernas reintroduzam o contexto, a história e a biografia, a herança da Nova Crítica vive na valorização do texto em si. A Nova Crítica pode não dominar mais, mas ela moldou para sempre a forma como ensinamos e aprendemos a ler literatura.
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