Roman Jakobson: A Mente que Uniu a Linguística e a Poesia
Roman Jakobson (1896-1982) foi um linguista e teórico literário russo que se tornou uma das figuras mais influentes do século XX. Sua vasta e profunda obra cruzou fronteiras, unindo a análise rigorosa da linguística com a sensibilidade da poesia. Jakobson foi uma ponte entre o Formalismo Russo e o Estruturalismo Europeu, e sua visão sobre a linguagem como um sistema de comunicação multifacetado mudou para sempre a maneira como entendemos a literatura e a comunicação humana.
Infância, Formação e o Início do Formalismo
Nascido em Moscou, em 1896, em uma família judia de classe média, Jakobson mostrou um talento precoce para as línguas. Ele se formou em linguística na Universidade de Moscou, onde se tornou um dos fundadores do Círculo Linguístico de Moscou, em 1915. Ele e seus colegas, que mais tarde formariam o Formalismo Russo, defendiam uma abordagem científica para o estudo da literatura, analisando os textos com foco em sua forma e estrutura, em vez de sua biografia ou contexto social.
Jakobson, no entanto, foi mais do que um formalista. Sua paixão pela poesia e sua amizade com os poetas futuristas russos, como Maiakovski, o levaram a estudar as propriedades sonoras e rítmicas da linguagem, revelando como a forma de um texto é inseparável de seu significado.
A Jornada de um Intelectual Migrante
A ascensão do regime soviético e a perseguição a intelectuais levaram Jakobson a um exílio que duraria o resto de sua vida. Em 1920, ele se mudou para Praga, onde co-fundou o Círculo Linguístico de Praga, que se tornou um centro vital para o Estruturalismo Europeu. Foi em Praga que ele desenvolveu a fonologia, a ciência dos sons da fala, e aprofundou suas teorias sobre a linguagem como um sistema de oposições distintivas.
Com a iminente invasão nazista, ele fugiu novamente, passando por Escandinávia e chegando aos Estados Unidos em 1941. Em Nova York, ele se juntou a outros intelectuais europeus exilados, como o antropólogo Claude Lévi-Strauss. A amizade e a colaboração entre Jakobson e Lévi-Strauss foram cruciais para a consolidação do Estruturalismo na França, com Jakobson fornecendo a base linguística para a análise cultural de Lévi-Strauss.
Principais Obras e Teoria da Comunicação
A atuação de Jakobson foi marcada por uma interdisciplinaridade notável. Ele foi professor em Harvard e no MIT, e suas aulas e palestras atraíam estudantes de diversas áreas. Suas obras, que cobrem uma infinidade de temas, são uma prova de sua genialidade.
"Seis Funções da Linguagem" (1960): Esta é, sem dúvida, sua teoria mais famosa e influente. Em seu ensaio "Linguística e Poética", Jakobson propôs que a linguagem não serve a uma única função, mas a várias, dependendo do elemento da comunicação que é enfatizado.
Função Referencial: Foco no contexto (o que está sendo falado).
Função Emotiva: Foco no emissor (a emoção do falante).
Função Conativa: Foco no receptor (um comando ou pedido).
Função Fática: Foco no canal (manter a comunicação aberta, como em "Alô?").
Função Metalinguística: Foco no código (discutir a própria linguagem, como em "O que você quer dizer com isso?").
Função Poética: Foco na própria mensagem. Segundo Jakobson, a função poética é a que se destaca na literatura, onde a forma, a sonoridade e o ritmo da linguagem são tão importantes quanto o conteúdo.
"O Lado Sonoro da Linguagem e Outros Ensaios" (publicado em português em 1974): Nesta coletânea, Jakobson explora a relação entre a fonologia e o significado, mostrando como os sons podem evocar sentimentos e sentidos de forma quase musical. Ele também demonstrou como a linguagem poética é uma combinação de seleção e combinação, escolhendo palavras com base em sua semelhança (metáfora) e combinando-as com base na sua contiguidade (metonímia).
O Legado Duradouro
Roman Jakobson morreu em Boston, em 1982. Seu legado é imenso e multifacetado. Ele foi uma das figuras centrais que uniram a linguística e a teoria literária, provando que a análise científica da linguagem poderia revelar as complexidades da criação artística. Suas ideias sobre a estrutura da linguagem e as funções da comunicação são ensinadas em todas as disciplinas de linguística e literatura.
Infância, Formação e o Início do Formalismo
Nascido em Moscou, em 1896, em uma família judia de classe média, Jakobson mostrou um talento precoce para as línguas. Ele se formou em linguística na Universidade de Moscou, onde se tornou um dos fundadores do Círculo Linguístico de Moscou, em 1915. Ele e seus colegas, que mais tarde formariam o Formalismo Russo, defendiam uma abordagem científica para o estudo da literatura, analisando os textos com foco em sua forma e estrutura, em vez de sua biografia ou contexto social.
Jakobson, no entanto, foi mais do que um formalista. Sua paixão pela poesia e sua amizade com os poetas futuristas russos, como Maiakovski, o levaram a estudar as propriedades sonoras e rítmicas da linguagem, revelando como a forma de um texto é inseparável de seu significado.
A Jornada de um Intelectual Migrante
A ascensão do regime soviético e a perseguição a intelectuais levaram Jakobson a um exílio que duraria o resto de sua vida. Em 1920, ele se mudou para Praga, onde co-fundou o Círculo Linguístico de Praga, que se tornou um centro vital para o Estruturalismo Europeu. Foi em Praga que ele desenvolveu a fonologia, a ciência dos sons da fala, e aprofundou suas teorias sobre a linguagem como um sistema de oposições distintivas.
Com a iminente invasão nazista, ele fugiu novamente, passando por Escandinávia e chegando aos Estados Unidos em 1941. Em Nova York, ele se juntou a outros intelectuais europeus exilados, como o antropólogo Claude Lévi-Strauss. A amizade e a colaboração entre Jakobson e Lévi-Strauss foram cruciais para a consolidação do Estruturalismo na França, com Jakobson fornecendo a base linguística para a análise cultural de Lévi-Strauss.
Principais Obras e Teoria da Comunicação
A atuação de Jakobson foi marcada por uma interdisciplinaridade notável. Ele foi professor em Harvard e no MIT, e suas aulas e palestras atraíam estudantes de diversas áreas. Suas obras, que cobrem uma infinidade de temas, são uma prova de sua genialidade.
"Seis Funções da Linguagem" (1960): Esta é, sem dúvida, sua teoria mais famosa e influente. Em seu ensaio "Linguística e Poética", Jakobson propôs que a linguagem não serve a uma única função, mas a várias, dependendo do elemento da comunicação que é enfatizado.
Função Referencial: Foco no contexto (o que está sendo falado).
Função Emotiva: Foco no emissor (a emoção do falante).
Função Conativa: Foco no receptor (um comando ou pedido).
Função Fática: Foco no canal (manter a comunicação aberta, como em "Alô?").
Função Metalinguística: Foco no código (discutir a própria linguagem, como em "O que você quer dizer com isso?").
Função Poética: Foco na própria mensagem. Segundo Jakobson, a função poética é a que se destaca na literatura, onde a forma, a sonoridade e o ritmo da linguagem são tão importantes quanto o conteúdo.
"O Lado Sonoro da Linguagem e Outros Ensaios" (publicado em português em 1974): Nesta coletânea, Jakobson explora a relação entre a fonologia e o significado, mostrando como os sons podem evocar sentimentos e sentidos de forma quase musical. Ele também demonstrou como a linguagem poética é uma combinação de seleção e combinação, escolhendo palavras com base em sua semelhança (metáfora) e combinando-as com base na sua contiguidade (metonímia).
O Legado Duradouro
Roman Jakobson morreu em Boston, em 1982. Seu legado é imenso e multifacetado. Ele foi uma das figuras centrais que uniram a linguística e a teoria literária, provando que a análise científica da linguagem poderia revelar as complexidades da criação artística. Suas ideias sobre a estrutura da linguagem e as funções da comunicação são ensinadas em todas as disciplinas de linguística e literatura.
Embora o Estruturalismo tenha sido subsequentemente criticado pelo Pós-Estruturalismo, a base do pensamento de Jakobson permanece como um ponto de partida para qualquer discussão sobre a linguagem. Ele nos ensinou que a linguagem não é apenas uma ferramenta, mas um sistema vivo e complexo, e que a poesia é a sua manifestação mais pura e rica.
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