Decifrando as Estruturas Ocultas: O Estruturalismo na Linguística e Literatura
A maneira como entendemos a linguagem e a literatura passou por uma revolução no século XX, impulsionada pelo Estruturalismo. Mais do que uma simples abordagem, ele foi uma forma de pensar que transformou as ciências humanas, propondo que os significados não são inerentes aos objetos, mas sim gerados por sistemas de relações e estruturas subjacentes.
O Que é Estruturalismo?
No cerne do Estruturalismo está a ideia de que a linguagem, a cultura e a sociedade funcionam como um sistema complexo, semelhante a uma língua. Para os estruturalistas, para entender qualquer elemento — seja uma palavra, um mito ou um texto literário — não se deve analisá-lo isoladamente, mas sim em relação aos outros elementos do sistema. O significado de um item não está nele mesmo, mas nas suas diferenças e relações com outros itens.
Na linguística, o estruturalismo se concentra em:
Sincronia vs. Diacronia: A análise sincrônica estuda a língua em um momento específico (como o português de hoje), enquanto a diacrônica estuda a evolução da língua ao longo do tempo. O Estruturalismo privilegia a abordagem sincrônica para entender a estrutura de um sistema em um dado momento.
Sistema de signos: Uma palavra, por exemplo, é um signo, composto por duas partes: o significante (a forma sonora ou gráfica da palavra, como "árvore") e o significado (o conceito que a palavra evoca, a ideia de árvore). A relação entre significante e significado é arbitrária, mas a palavra "árvore" só faz sentido porque se diferencia de outras palavras no sistema, como "folha" ou "galho".
Na literatura, a abordagem estruturalista se manifesta na busca por padrões universais em narrativas, como:
Arquetipos narrativos: A ideia de que existem estruturas básicas de enredo (o herói, o vilão, a jornada) que se repetem em diferentes culturas.
Gramática da narrativa: O estudo dos "personagens" e "ações" de um texto como se fossem categorias gramaticais, buscando as regras que organizam a história.
A Origem e Seus Precursores
Embora as raízes do pensamento estruturalista remontem a filósofos como Giambattista Vico, o movimento moderno nasceu com um linguista suíço que é considerado o seu principal precursor: Ferdinand de Saussure.
O Estruturalismo, como o conhecemos, é o resultado dos ensinamentos de Saussure, compilados e publicados postumamente por seus alunos no livro "Curso de Linguística Geral" (1916). Foi nesse trabalho que ele introduziu conceitos revolucionários para a linguística, como a distinção entre língua (o sistema abstrato e social) e fala (o uso individual da língua). Saussure propôs que a linguística deveria focar no estudo da língua como um sistema formal e estruturado.
Embora o termo "Estruturalismo" tenha sido popularizado posteriormente por filósofos e antropólogos que se basearam em Saussure, é ele quem estabeleceu a base teórica para o que o movimento se tornaria.
O pensamento estruturalista, então, se espalhou para outras disciplinas. Entre seus expoentes mais notáveis estão:
Claude Lévi-Strauss: Antropólogo francês que aplicou o método estruturalista para analisar mitos e rituais de diferentes culturas. Ele argumentou que, por baixo da diversidade de mitos, existem estruturas universais que refletem a mente humana.
Roman Jakobson: Linguista russo que foi uma figura central do formalismo russo e do Estruturalismo tcheco. Ele aplicou o método estruturalista à fonologia e à poesia, mostrando como os sons e as rimas criam significados.
O Estruturalismo Hoje
O auge do Estruturalismo foi nas décadas de 1950 e 1960. No entanto, a partir do final dos anos 60, o movimento começou a ser criticado por sua rigidez e por ignorar o contexto histórico, a subjetividade e a história individual. Essas críticas deram origem ao Pós-Estruturalismo, que, em essência, questionou as certezas do Estruturalismo, argumentando que as estruturas não são fixas e que o significado é sempre instável e em constante movimento.
Apesar de não ser mais a teoria dominante, a influência do Estruturalismo é inegável e continua a moldar o pensamento contemporâneo. Sua prática e seus conceitos fundamentais são a base para diversas outras teorias.
Na academia: A teoria literária e a linguística ainda ensinam o Estruturalismo para que os alunos compreendam as teorias que vieram depois. O conhecimento das estruturas e dos signos propostos por Saussure é fundamental para entender o Pós-Estruturalismo, a semiótica e a crítica desconstrutivista.
Em outras áreas: O Estruturalismo abriu caminho para o estudo de outras "línguas" da cultura, como a moda, a culinária e o cinema, que são analisadas como sistemas de signos com suas próprias regras e estruturas.
O Que é Estruturalismo?
No cerne do Estruturalismo está a ideia de que a linguagem, a cultura e a sociedade funcionam como um sistema complexo, semelhante a uma língua. Para os estruturalistas, para entender qualquer elemento — seja uma palavra, um mito ou um texto literário — não se deve analisá-lo isoladamente, mas sim em relação aos outros elementos do sistema. O significado de um item não está nele mesmo, mas nas suas diferenças e relações com outros itens.
Na linguística, o estruturalismo se concentra em:
Sincronia vs. Diacronia: A análise sincrônica estuda a língua em um momento específico (como o português de hoje), enquanto a diacrônica estuda a evolução da língua ao longo do tempo. O Estruturalismo privilegia a abordagem sincrônica para entender a estrutura de um sistema em um dado momento.
Sistema de signos: Uma palavra, por exemplo, é um signo, composto por duas partes: o significante (a forma sonora ou gráfica da palavra, como "árvore") e o significado (o conceito que a palavra evoca, a ideia de árvore). A relação entre significante e significado é arbitrária, mas a palavra "árvore" só faz sentido porque se diferencia de outras palavras no sistema, como "folha" ou "galho".
Na literatura, a abordagem estruturalista se manifesta na busca por padrões universais em narrativas, como:
Arquetipos narrativos: A ideia de que existem estruturas básicas de enredo (o herói, o vilão, a jornada) que se repetem em diferentes culturas.
Gramática da narrativa: O estudo dos "personagens" e "ações" de um texto como se fossem categorias gramaticais, buscando as regras que organizam a história.
A Origem e Seus Precursores
Embora as raízes do pensamento estruturalista remontem a filósofos como Giambattista Vico, o movimento moderno nasceu com um linguista suíço que é considerado o seu principal precursor: Ferdinand de Saussure.
O Estruturalismo, como o conhecemos, é o resultado dos ensinamentos de Saussure, compilados e publicados postumamente por seus alunos no livro "Curso de Linguística Geral" (1916). Foi nesse trabalho que ele introduziu conceitos revolucionários para a linguística, como a distinção entre língua (o sistema abstrato e social) e fala (o uso individual da língua). Saussure propôs que a linguística deveria focar no estudo da língua como um sistema formal e estruturado.
Embora o termo "Estruturalismo" tenha sido popularizado posteriormente por filósofos e antropólogos que se basearam em Saussure, é ele quem estabeleceu a base teórica para o que o movimento se tornaria.
O pensamento estruturalista, então, se espalhou para outras disciplinas. Entre seus expoentes mais notáveis estão:
Claude Lévi-Strauss: Antropólogo francês que aplicou o método estruturalista para analisar mitos e rituais de diferentes culturas. Ele argumentou que, por baixo da diversidade de mitos, existem estruturas universais que refletem a mente humana.
Roman Jakobson: Linguista russo que foi uma figura central do formalismo russo e do Estruturalismo tcheco. Ele aplicou o método estruturalista à fonologia e à poesia, mostrando como os sons e as rimas criam significados.
O Estruturalismo Hoje
O auge do Estruturalismo foi nas décadas de 1950 e 1960. No entanto, a partir do final dos anos 60, o movimento começou a ser criticado por sua rigidez e por ignorar o contexto histórico, a subjetividade e a história individual. Essas críticas deram origem ao Pós-Estruturalismo, que, em essência, questionou as certezas do Estruturalismo, argumentando que as estruturas não são fixas e que o significado é sempre instável e em constante movimento.
Apesar de não ser mais a teoria dominante, a influência do Estruturalismo é inegável e continua a moldar o pensamento contemporâneo. Sua prática e seus conceitos fundamentais são a base para diversas outras teorias.
Na academia: A teoria literária e a linguística ainda ensinam o Estruturalismo para que os alunos compreendam as teorias que vieram depois. O conhecimento das estruturas e dos signos propostos por Saussure é fundamental para entender o Pós-Estruturalismo, a semiótica e a crítica desconstrutivista.
Em outras áreas: O Estruturalismo abriu caminho para o estudo de outras "línguas" da cultura, como a moda, a culinária e o cinema, que são analisadas como sistemas de signos com suas próprias regras e estruturas.
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